Chegar perto dos trinta anos tem suas vantagens. Se antes parecia meio assustador me tornar uma balzaquiana, hoje, aos poucos a coisa começa a agradar.
Não é mais tão fácil comer doces e guloseimas e se manter em forma. Os pneuzinhos teimam em aparecer, a celulite dá as caras, mas nada que alguns cuidados não possam resolver, como exercícios e uma atenção maior aos hábitos alimentares.
A 'tecla foda-se' é acionada mais vezes e a gente passa a fazer mais coisas que nos fazem bem, e aprende a falar 'nãos', sem medo.
Alguns medos vão embora. Algumas situações que causavam ansiedade ganham leveza.
As escolhas são mais tranquilas e o medo de errar vai se tornando mais um 'por que não?'.
Essa também é uma idade mais livre. Você pode fazer coisas que fazia aos vinte sem parecer ridículo, mas também pode sair com amigos mais velhos sem parecer lolita.
É um momento bom também pra mudar de profissão, de vida, arriscar em outros mundos, ou simplesmente sacar que está no caminho certo e se manter firme.
E o mais importante. A gente saca que não sabe nada da vida, e há muito ainda a ser descoberto sobre o mundo e sobre si mesmo.
Mulher do Padre
domingo, setembro 06, 2009
segunda-feira, junho 29, 2009
Meu caso com MJ
Eu sei que já tá todo mundo com overdose de MJ, mas eu continuo triste que ele morreu...
O MJ foi o primeiro artista de quem eu fui verdadeiramente fã. Colecionava revistas que falassem qualquer coisinha dele, nem que fosse uma notinha com fotos das celebridades aniversariantes do mês. Gravava em fita VHS todos os clipes dele que passavam na TV, e vibrei quando consegui gravar um show da turnê Dangerous, que passou em algum canal. Como eu não tinha várias das músicas antigas que ele cantava nesse show, peguei o "Meu Primeiro Gradiente", mirei o microfone na saída de som da TV e gravei tudo numa fita K7. Daí passava o dia ouvindo essa fita. Naquela época, eu ainda tinha medo de ficar sozinha em casa, e lembro direitinho de uma vez que foi todo mundo na formatura de colegial da minha irmã mais velha, e não me levaram com a desculpa de que eu era muito pequena pra ir no baile! Daí deixei a fita tocando sem parar do lado da minha cama pra me fazer companhia, até cair no sono. Quando viajava pra Londrina, passava as sete horas no ônibus ouvindo walkman, revezando aquela fita com uma outra, que gravei do álbum Dangerous. Aliás, foi esse o primeiro CD da minha vida. Antes mesmo de comprar um aparelho de som que rodasse CDs, minha mãe falou pra mim e pras minhas irmãs escolhermos cada uma seu artista, que ela iria comprar o álbum com desconto na empresa dela. Então eu escolhi esse, e minhas irmãs pegaram Madonna (The Immaculate Collection) e Whitney Houston (The Bodyguard - afe...). Só depois de alguns meses minha mãe conseguiu comprar o tal do aparelho de som, e nesse intervalo eu pegava o discman da minha vizinha emprestado pra poder escutar o CD. Tinha até um jogo de videogame do MJ pra Mega Drive. Era do filme Moonwalker. Eu nunca consegui comprar aquele cartucho, mas alugava direto na locadora que tinha aqui perto de casa. O filme também, eu cansei de assistir.
Lembro que uma vez até briguei com minha prima porque ela ficou falando mal do MJ, na época que surgiram os escândalos de abuso sexual. Minha tia ouviu a briga e veio possessa pro quarto, deu um beliscão na minha prima e mandou a gente dormir. Foi bem nessa época que fui deixando de ser fanática... não porque acreditava nas acusações, mas porque fui ficando com vergonha de todo mundo me zoando. E também porque eu passei a concordar que ele tava ficando cada vez mais freak e scary. Mas nunca deixei de gostar das músicas e da dança - que ressurgiu na minha vida quando entrei pro grupo de street dance!
Hoje eu cliquei num link do UOL pra ouvir os sucessos do MJ e, à medida que as músicas iam tocando, todas essas lembranças foram reaparecendo na minha memória. Lembranças de um tempinho muito bom da minha vida. Tá difícil mesmo de acreditar que ele se foi! Mas é a vida né, ou a morte, sei lá. E eu tenho um pé frio desgraçado pra artistas (fui fã dos Mamonas também...). Mas não precisam se preocupar pq hoje em dia não tenho mais saco pra ser fã de ninguém.
Kit
O MJ foi o primeiro artista de quem eu fui verdadeiramente fã. Colecionava revistas que falassem qualquer coisinha dele, nem que fosse uma notinha com fotos das celebridades aniversariantes do mês. Gravava em fita VHS todos os clipes dele que passavam na TV, e vibrei quando consegui gravar um show da turnê Dangerous, que passou em algum canal. Como eu não tinha várias das músicas antigas que ele cantava nesse show, peguei o "Meu Primeiro Gradiente", mirei o microfone na saída de som da TV e gravei tudo numa fita K7. Daí passava o dia ouvindo essa fita. Naquela época, eu ainda tinha medo de ficar sozinha em casa, e lembro direitinho de uma vez que foi todo mundo na formatura de colegial da minha irmã mais velha, e não me levaram com a desculpa de que eu era muito pequena pra ir no baile! Daí deixei a fita tocando sem parar do lado da minha cama pra me fazer companhia, até cair no sono. Quando viajava pra Londrina, passava as sete horas no ônibus ouvindo walkman, revezando aquela fita com uma outra, que gravei do álbum Dangerous. Aliás, foi esse o primeiro CD da minha vida. Antes mesmo de comprar um aparelho de som que rodasse CDs, minha mãe falou pra mim e pras minhas irmãs escolhermos cada uma seu artista, que ela iria comprar o álbum com desconto na empresa dela. Então eu escolhi esse, e minhas irmãs pegaram Madonna (The Immaculate Collection) e Whitney Houston (The Bodyguard - afe...). Só depois de alguns meses minha mãe conseguiu comprar o tal do aparelho de som, e nesse intervalo eu pegava o discman da minha vizinha emprestado pra poder escutar o CD. Tinha até um jogo de videogame do MJ pra Mega Drive. Era do filme Moonwalker. Eu nunca consegui comprar aquele cartucho, mas alugava direto na locadora que tinha aqui perto de casa. O filme também, eu cansei de assistir.
Lembro que uma vez até briguei com minha prima porque ela ficou falando mal do MJ, na época que surgiram os escândalos de abuso sexual. Minha tia ouviu a briga e veio possessa pro quarto, deu um beliscão na minha prima e mandou a gente dormir. Foi bem nessa época que fui deixando de ser fanática... não porque acreditava nas acusações, mas porque fui ficando com vergonha de todo mundo me zoando. E também porque eu passei a concordar que ele tava ficando cada vez mais freak e scary. Mas nunca deixei de gostar das músicas e da dança - que ressurgiu na minha vida quando entrei pro grupo de street dance!
Hoje eu cliquei num link do UOL pra ouvir os sucessos do MJ e, à medida que as músicas iam tocando, todas essas lembranças foram reaparecendo na minha memória. Lembranças de um tempinho muito bom da minha vida. Tá difícil mesmo de acreditar que ele se foi! Mas é a vida né, ou a morte, sei lá. E eu tenho um pé frio desgraçado pra artistas (fui fã dos Mamonas também...). Mas não precisam se preocupar pq hoje em dia não tenho mais saco pra ser fã de ninguém.
Kit
sexta-feira, junho 19, 2009
Vítima da publicidade
Uma propaganda de TV não me deixa dormir. Vocês já viram aquela do carro, em que, numa mesa de reunião perguntam a um engravatado onde ele quer estar em cinco anos? Aí aparece o carinha dirigindo o tal do carrão, com a colega bonitona do lado... Bom, eu sempre achei que não gostava desse comercial porque era arrastado, mal editado, demorava muito para dar o efeito pretendido. Mas hoje, depois de ter um ímpeto louco de mudar de canal logo que começou a propaganda, percebi que o que me incomoda é outra coisa. É a tal da pergunta "onde você quer estar daqui cinco anos". Me incomoda porque não sei a resposta. E porque tudo que sei é que quero estar em algum lugar completamente diferente do que estou hoje. Quero uma casa só minha. Um emprego completamente diferente do que tenho hoje. Um mocinho perfeito, que me trate bem de verdade. Quem sabe um filhinho. A tal da propaganda me fez ver que tá tudo errado. Mas por onde começar? Ou melhor, vale a pena tentar mudar ou o melhor é desistir? Tem dias que dá vontade de não ter nem acordado.
Alice
Alice
quarta-feira, junho 03, 2009
Problemas bestas
Quando eu era criança meus problemas e medos eram (em ordem cronológica):
- Minha mãe me esquecer na escola e eu ficar lá pra sempre
- Esconder da minha mãe que eu catava catotas
- Algum dos colegas da escola me ver mamando mamadeira aos 9 anos
- Que descobrissem que eu ainda não sabia andar de bicicleta aos 11
- Minha meia aparecer porque a calça tava curta
- Alguém roubar meus diários (e por isso eu comecei a escrever em códigos)
- Não ter roupa pra usar se me chamasse pra um bailinho
- Não saber o que fazer com a língua quando chegasse a hora
Hoje eu acho que tenho problemas mais chatos e piores. Mas quando acho que minha vida tá uma merda e não sei o que fazer tento lembrar desses problemas bestas que eu tinha. E fico imaginando que quando eu for velhinha eu vou lembrar desses meus perrengues de hoje e rir, vendo que era tudo problema besta.
Naftalina
quinta-feira, maio 07, 2009
Peso ideal
Eu nunca fui tão "bucho" na minha vida. Sério mesmo. Daí resolvi entrar na academia. A avaliação física mostrou que estou mesmo um caco, com o dobro da porcentagem de gordura ideal. E o relatório (daqueles bem meia-boca, feitos automaticamente no computador) dizia que eu deveria perder 12kg. Exagero. Mas o desespero continua e resolvi entrar no Cyberdiet (ok, podem começar a me apedrejar, eu fui ridícula) e o site me diz que o peso ideal para mim é só meio kg a menos do que já tenho. Ridículo! Mas, agora surgiu a dúvida: quanto eu tenho que pesar, então? Ah, mas o peso atual eu não revelo de jeito nenhum.
Alice
Alice
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
Nacionalidade
No mês passado umas amigas do Brasil vieram me visitar e comentaram que eu tava ficando muito japa. Pode ser! Porque se até os japas às vezes me confundem com os nativos e os brasileiros que vivem aqui não me reconhecem de primeira, é porque devo estar mesmo. O problema é que, pra elas, isso tem um significado horrível (detalhe: elas também são nikkeis)!
Nós viajamos juntas pro sudeste asiático e todo mundo vinha perguntar se a gente era japonesa, chinesa ou coreana. Perguntaram até se éramos vietnamitas, malaias, filipinas e uma lista gigante de outras nacionalidades asiáticas. Só que elas ficavam ofendidíssimas, do tipo, "que absurdo, como é que podem nos confundir com esses povos desengonçados, bobos, feios ou bregas, se somos brasileiras calientes que sabem sambar e amam futebol?!?!" E faziam questão de explicar pra cada um, até mesmo pra esses pedreiros que jogam cantada à toa na rua, que os-avós-imigraram-para-o-Brasil-e-tiveram-filhos-e-netos-que-nasceram-e-foram-criados-no-Brasil-e-portanto-somos-brasileiras-do-Brasil-e-não-venha-me-cumprimentar-com-ohayou-nihao-nem-annyeong-haseyo. Ronaldinho! Kaká! Samba! Caipirinha!
Afe... não entendo pra que tanto estresse. Não sei se eu que sou desencanada demais, mas não vejo problema nenhum em as pessoas acharem que sou da Ásia! Afinal, tendo uma cara dessas, ninguém tem obrigação de saber que sou... do Brasil, ué! Quem é que vai imaginar?! Daí comecei a pensar nessa coisa de identidade e nacionalidade... Fico meio triste em saber que minhas amigas tenham esse sentimento de superioridade e até certo desprezo com relação às próprias raízes, sem nem ao menos conhecer e tentar entender essa cultura tão rica dos nossos ancestrais. Elas disseram que não é questão de se achar superior, mas sim de não querer ser estereotipada só pelo fato de ter olhos puxados. Ok, elas têm sua razão. Mas não penso que chega a ser ofensivo ser confundida com pessoas de outras nacionalidades, ainda mais quando nossas características físicas apontam pra isso. Talvez, como lá no Brasil todo mundo taxa a gente de japa o tempo todo - e muitas vezes tirando sarro -, negar a raiz acaba virando uma reação automática, inconsciente, sei lá. A gente fica querendo afirmar o tempo todo que é brasileira, brasileira, brasileira...
Mas aqui no Japão convivendo com gente de todo lugar do mundo, comecei a ver a riqueza e beleza que cada cultura tem e que tenho muito a aprender com elas. E que a minha nacionalidade nem é algo tão importante se eu tiver convicção de quem sou e aceitar quem os outros são também.
Por isso, não ligo, mas não ligo mesmo quando pensam que sou japa ou de qualquer outro país que seja. Acho até legal saber que posso passar despercebida por tantos lugares. Quero mais é ser cidadã do mundo!
Kit.
Nós viajamos juntas pro sudeste asiático e todo mundo vinha perguntar se a gente era japonesa, chinesa ou coreana. Perguntaram até se éramos vietnamitas, malaias, filipinas e uma lista gigante de outras nacionalidades asiáticas. Só que elas ficavam ofendidíssimas, do tipo, "que absurdo, como é que podem nos confundir com esses povos desengonçados, bobos, feios ou bregas, se somos brasileiras calientes que sabem sambar e amam futebol?!?!" E faziam questão de explicar pra cada um, até mesmo pra esses pedreiros que jogam cantada à toa na rua, que os-avós-imigraram-para-o-Brasil-e-tiveram-filhos-e-netos-que-nasceram-e-foram-criados-no-Brasil-e-portanto-somos-brasileiras-do-Brasil-e-não-venha-me-cumprimentar-com-ohayou-nihao-nem-annyeong-haseyo. Ronaldinho! Kaká! Samba! Caipirinha!
Afe... não entendo pra que tanto estresse. Não sei se eu que sou desencanada demais, mas não vejo problema nenhum em as pessoas acharem que sou da Ásia! Afinal, tendo uma cara dessas, ninguém tem obrigação de saber que sou... do Brasil, ué! Quem é que vai imaginar?! Daí comecei a pensar nessa coisa de identidade e nacionalidade... Fico meio triste em saber que minhas amigas tenham esse sentimento de superioridade e até certo desprezo com relação às próprias raízes, sem nem ao menos conhecer e tentar entender essa cultura tão rica dos nossos ancestrais. Elas disseram que não é questão de se achar superior, mas sim de não querer ser estereotipada só pelo fato de ter olhos puxados. Ok, elas têm sua razão. Mas não penso que chega a ser ofensivo ser confundida com pessoas de outras nacionalidades, ainda mais quando nossas características físicas apontam pra isso. Talvez, como lá no Brasil todo mundo taxa a gente de japa o tempo todo - e muitas vezes tirando sarro -, negar a raiz acaba virando uma reação automática, inconsciente, sei lá. A gente fica querendo afirmar o tempo todo que é brasileira, brasileira, brasileira...
Mas aqui no Japão convivendo com gente de todo lugar do mundo, comecei a ver a riqueza e beleza que cada cultura tem e que tenho muito a aprender com elas. E que a minha nacionalidade nem é algo tão importante se eu tiver convicção de quem sou e aceitar quem os outros são também.
Por isso, não ligo, mas não ligo mesmo quando pensam que sou japa ou de qualquer outro país que seja. Acho até legal saber que posso passar despercebida por tantos lugares. Quero mais é ser cidadã do mundo!
Kit.
terça-feira, fevereiro 03, 2009
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