terça-feira, outubro 02, 2001

Carta a ... (ou se vocês preferiem: O dia que eu pirei de vez)

Eu não deixo de ter a sensação que não deveria estar te escrevendo isso, pelo menos não agora. Mas tenho pressa, quero as coisas hoje, por que o amanhã não existe. E depois, posso perder a coragem...
A primeira coisa é que eu estou abstêmia há muito tempo e isso com certeza pode ter influenciado a minha visão de mundo e percepção das coisas. Eu posso ter enxergado chifre na cabeça de algum cavalo, mas só você sabe se o que eu vi existe de verdade ou não.
A segunda coisa é que eu estou confusa demais. E você sabe exatamente do que eu estou falando. Não se trata de ter o mundo contra ou a favor de mim, mas ter eu mesma contra mim. A voz do mundo é fichinha perto daquela voz interna quando ela nos diz: " Não, isso não!". E essa voz, apesar de verdadeira, está cada vez mais contraditória.
A última coisa é que eu não espero uma resposta. Esta carta é mais um desabafo do que qualquer outra coisa que você possa achar que seja. Talvez você nem leia isso e, se ler, não perceba que é contigo que estou falando. Eu prefiro pensar assim. No fundo, o verdadeiro destinatário desta carta sou eu mesma.

Calliope, firme em seu propósito de ser a pessoa mais bagunçada do mundo ;-)

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