domingo, outubro 07, 2001

Resposta (um pouco atrasada) sobre espelhos, tempo e outras coisas do gênero

Para Alice e Akasha: Há aproximadamente dois anos eu me separei daquele que foi o grande amor da minha adolescência. Há dois anos eu com certeza seria a próxima a me juntar ao "você escreveu o que eu gostaria de ter escrito", por que eu me sentia exatamente assim. Sem espelho, perdida e achando que podia morrer.
Mas foi há dois anos, e de lá pra cá milhares de coisas aconteceram. Não que eu ache que o tempo cura tudo. O que se passou naquela época é uma ferida que ainda dói e que eu duvido que algum dia pare de vez de doer. Mas o tempo me deu meios de conviver com ela. Eu consegui alguma força para suportar o que há dois anos parecia insuportável. E ainda aprendi umas coisinhas no caminho.
Ta parecendo papo filosófico-religioso-transcedental (ou conversa de bêbado), mas é a verdade, pelo menos do que aconteceu comigo.
Já passaram a mão na minha cabeça dizendo que o tempo curava as feridas, ou que eu estava superdimensionando a minha dor (e eu na época mandei a pessoa à merda). Mas fui muito precipitada em julgar o tempo quando ainda não tinha tempo. Ou de medir a minha dor enquanto ainda estava mergulhada nela. São conclusões que só vêm depois, e bem depois.
Akasha, Alice e qualquer outra pessoa que concorde com elas: eu acho que vocês estão se apressando muito. Não é por que um espelho quebrou que vocês nunca mais vão se enxergar. E os caminhos não acabaram só por que vocês se perderam. Não importa o que aconteça com a gente, vai amanhecer, anoitecer e amanhecer de novo, como sempre tem acontecido. Novas pessoas, objetivos caminhos e espelhos vão aparecer, quer a gente queira quer não.

Calliope, achando que vai ser espancada depois dessa

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