segunda-feira, novembro 27, 2006

Boteco ga nai!!!

Uma das coisas que eu mais sinto falta (fora os amigos, é claro) é de botecos. Pra começar, estou com um desejo daquele pratão de arroz com feijão, farofa, ovo frito, batata e salada. Ontem até fiz feijão em casa, mas ainda faltou a farofa, a batata e o clima de boteco. Fora que o arroz é aquele sem tempero... mas, o que me deixa mesmo mal é a falta de cerveja barata. Sabe sentar no boteco e tomar uma garrafa de Brahma por 3 reais? Aqui, o mais barato é comprar uma latinha no supermercado e, ainda assim, custa entre 3 e 4 reais. Agora, se você vai ao bar, nem pense em encher a cara. No mais barato de todos um chopp custa 300 ienes, o que dá uns 6 reais. Já nos bares do bairro do agito, uma cervejinha custa 800 ienes, tipo 16 reais. Absolutamente impossível, principalmente pra quem não vai ter salário até o Natal... Ah, sim, e esqueci de contar que pra entrar nas baladas custa 3 ou 4 mil ienes, tipo entre 60 e 80 reais. Ou seja, minha vida social em Tokyo vai ser zero, pq nem festa em casa eu posso dar. Se eu começar a fazer barulho e encher a casa de gente, os vizinhos me expulsam! (se bem que eu ia adorar encher o furô de gelo e cerveja).Ai, Kit, vc vai ter que contrabandear um monte de cerveja pra mim qd vier pra cá!

Alice, sofrendo de crise de abstinência

segunda-feira, novembro 20, 2006

Primeiras impressões de Tokyo

Todo mundo diz que o Japão é um país bonito, organizado, limpinho. Mas, minha primeira impressão é de que tudo aqui é feio e bagunçado. O trem pode andar rápido e nunca atrasar, mas por dentro ele é feio, cheio de propagandas, ao mesmo tempo em que tem monitores pra mostrar qual a próxima estação, também tem um monte de papel pendurado no teto. Fora que as estações parecem meio velhas ou, como diz minha amiga, capengas. O metrô de São Paulo ou as estações da linha de trem da marginal são muito mais bonitas.
Fora isso, em algumas ruas, como as perto da minha casa, não tem calçada. E é uma zona só, porque você tem que andar no cantinho, mas aí também passam bicicletas e carros e ainda tem o trem, que passa bem no meio da rua... é um caos! Fora o perigo... já fui quase atropelada por bicicletas muitas vezes.
Ah, sim, e as ruas de comércio parecem com a 25 de março ou a santa ifigênia. Muita gente, coisas no meio da calçada, galera te chamando pra entrar na loja. A única diferença é que não tem lixo no chão e é um pouco mais silencioso (sei lá, acho que as pessoas falam baixo, daí não fica aquele burburinho).
E fora tudo isso ainda está um frio do caralho, não tenho muitos amigos, a cerveja é cara e os bares fecham cedo (acreditam que eu fui expulsa de um bar mexicano às 20h30?).
Conclusão – já quero voltar pra casa...

Alice, completamente lost in translation

quinta-feira, novembro 16, 2006

Acabada

Gente, estou descobrindo coisas muito tristes a respeito da minha saúde. Primeiro foi a notícia de que estou com Triglicérides elevado. Justo eu, que nem sabia direito o que significava Triglicérides até receber essa notícia. Eu achava que essa palavra Triglicérides só fazia parte do vocabulário de velhinhos e obesos. Minha médica falou que isso é um tipo gordura ruim que provém da (má) alimentação, e mandou eu fazer uma dieta muito cruel, que basicamente elimina todas as comidinhas gostosas e guloseimas do meu cotidiano! E agora entendo e vivo o drama do "Amanhã eu começo!".
A segunda descoberta foi a de que minhas dores de cabeça constantes são na verdade crises de enxaqueca. Justo eu, que era a pessoa mais zen do mundo. Agora vou ter que tomar um comprimido gigante que parece um M&M, e nem sei como é que aquilo vai passar pela minha garganta. Isso vai ser outra dor de cabeça.
Também tive que mandar fazer uma placa de sei lá o quê para não ranger os dentes durante a noite. Essa placa incomoda pra caramba e tenho certeza de que dormiria bem melhor sem ela. Mas fizer isso corro o risco de futuramente ter um dente trincado, ou coisa parecida.
Sabe, eu juro que tento não associar essas coisas com a idade, mas quando era mais novinha e tinha menos preocupações na vida, nada disso acontecia!

Kit

quarta-feira, novembro 01, 2006

À beira da morte

Daqui exatamente duas semanas eu vou viajar. Mas a sensação é de que a vida está acabando e que eu tenho que correr contra o tempo pra fazer tudo que eu tenho vontade até lá. É ter o dia e o horário da morte marcados no calendário.
De certa forma, posso dizer que essa minha vida aqui acaba e vou começar uma outra, lá no lado oposto do mapa. Mas em vez de estar animada pela vida nova, estou é de luto pela que está no fim.
E por isso ainda não consegui arrumar nada para a viagem. Só quero sair todos os dias, ver todas as pessoas que eu gosto, como se eu nunca mais fosse vê-las. Quero ir aos lugares que eu curto e comer de tudo, como se fosse a última vez. Por conta disso, andei engordando de monte, mas também nem estou ligando. Parece que nada mais importa.
Agora, só me falta um epitáfio pra minha lápide. Alguém tem alguma sugestão?

Alice