terça-feira, junho 28, 2005

Uma vez nerd, sempre nerd

Quando eu era criança, tinha trabalho em grupo na escola. Eu, como tinha a letra mais bonita e tirava as melhores notas, acabava fazendo tudo sozinha. Ou eu fazia o trabalho, ou ninguém fazia. E o grupo todo ganhava nota boa, mesmo quem não tinha feito nada.

Quando eu entrei na faculdade, achei pessoas mais espertas do que eu. Foi um alívio poder passar um pouquinho para o outro lado: eu podia ficar mais tranquila, porque havia outras pessoas para se preocupar com o trabalho por mim. E eu ganhava nota boa (ou quase), mesmo que não tivesse muita coisa.

Quando eu comecei a fazer pós, encontrei algumas pessoas espertas, outras nem tanto. Então percebi que tinha que voltar à tática da infância: ou eu me fazia o trabalho, ou ninguém fazia. E olha que agora eu nem tenho a letra mais bonita, nem tiro as melhores notas. Vai ver que sou só a mais nerd, mesmo. E, no fim do semestre, todo mundo vai tirar nota boa, mesmo que não tenha feito (quase) nada.

Trabalhos em grupo são uma porcaria*.

Naftalina
*Hã-hãm: exceto aqueles feitos com as PFG, é claro.

segunda-feira, junho 27, 2005

Algumas pessoas fazem desse mundo um lugar melhor

Em determinados momentos de nossas vidas, aparecem pessoas do além oferecendo ajuda, dando palavras de apoio e nos tranqüilizando quando a gente menos espera.
Agora há pouco, por exemplo. Estou eu aqui terminando um trabalho depois de varar a noite. Entra uma senhorinha na sala pra fazer a faxina, olha pra minha cara e diz: quer um cafezinho? Tá quentinho, ajuda a acordar. "Não precisa não, obrigada". Ela então parou de fazer seu traballho, insistiu, me levou até a cozinha e serviu café, leite e pão quentinhos. Não é demais?
Em outros dias, o segurança daqui também me levou café antes de ir embora. "Pra acordar", dizia ele.
Por essas e outras eu ainda acredito que esse mundo tem jeito. Pena que essas pessoas, na maior parte dos casos, não são tratadas com o devido respeito e não lhes é dado o valor que merecem.

Mulher do Padre

sexta-feira, junho 24, 2005

Uma hora a idade chega...

Nunca tinha me sentido tão velha quanto ontem. Fui esperar o mocinho na loja de conveniência/bar que fica na frente da faculdade dele. Tava cheio de universitários, todos eles com cara de novinhos, com cara de muito mais novinhos que eu... eu sempre achei que se fosse pra uma faculdade passaria por caloura facilmente. Mas ontem eu destoava tanto daqueles "adolescentes", que todos estavam olhando pra mim com cara de que obviamente eu não era de lá.
Péssimo. Eu não estava preparada para o choque de não ter mais cara de "estudante no segundo ano de faculdade". Afe, acho que vou comprar um creme anti-idade!

Tia Alice

quarta-feira, junho 15, 2005

Do Aurélio

fazenda. S.f. (...) 7. Mulher bonita, vistosa, atraente; peixão, pancadão.

Alguém aí já ouviu (ou falou) um elogio do tipo "Êêê, pancadão!"?
Será que é um adjetivo específico para moças funkeiras com calça branca?
Que medo.

Naftalina

segunda-feira, junho 13, 2005

Tão melhor quanto menos você espera por isso

Jantar romântico de dia dos namorados, com queijo trazido da Itália e vinho. Fofíssimo.
Dizem que o melhor da festa é esperar por ela. Por isso, festa boa mesmo é aquela supresa.

Alice

quarta-feira, junho 08, 2005

Será um sinal?

Desde ontem meu celular estava com a bateria fraca. Mas cheguei tão tarde e bêbada que é lógico que me esqueci de carregar. Aí, há alguns minutos, peguei o telefone na mão só para procurar um número. Eis que chega uma mensagem. Vejo de quem é. E bem na hora que eu clico pra ler.... a bateria acaba e o celular não liga nem a pau!!!!! E só vou poder ler quando chegar em casa, lá pras 22h30!!! Diz aí, MP, é ou não é um sinal?

Alice, que vai passar o resto do dia em um treinamento zen para não enlouquecer de curiosidade

segunda-feira, junho 06, 2005

Insensível

A idade e a experiência estão me deixando insensível. Chega uma hora em que você já passou por tanta coisa, inclusive por momentos em que você tinha certeza que não ia agüentar e morrer, que sabe que nada é tão ruim assim. Se naquela ocasião você não morreu, de repente parece que todo o resto é fichinha. Dói, mas você sabe que aguenta e, melhor, que uma hora passa. Ontem eu ouvi uma das cinco piores coisas que se pode ouvir na vida (certamente a pior de todas é a notícia de que alguém muito querido morreu e a segunda é saber de uma doença terminal, sua ou de alguém muito próximo, mas as outras eu ainda não ranqueei direito). Qual foi a frase não vem muito ao caso. Mas o ponto é que eu nem me abalei tanto assim. Estou triste, claro, mas acho que já passei por tanto sofrimento vindo da mesma fonte que nada mais pode doer tanto quanto já doeu. E sei que sou forte o suficiente para suportar. Talvez isso é que seja maturidade. Ou talvez eu só esteja ficando cada vez mais fria. Mas quer saber? Isso não é nada ruim.

Alice

quinta-feira, junho 02, 2005

I´m a loser, baby

Eu nunca tinha sido mandada embora antes. Não que eu tenha tido muitos empregos na vida, mas até hoje eu tinha conseguido pedir demissão antes, e gostava de pensar que o meu ex-chefe ficaria lá, chorando as pitangas por ter me perdido (ou a empresa falia e todo mundo tinha que ir embora; de qualquer jeito, não era demissão).

Será que foi porque eu fiquei doente e faltei dois dias (doente um dia tudo bem, mas dois... vá lá!)?
Será que foi porque eles rastreavam as conversas que eu tinha no messenger e descobriram que a gente falava mal do chefe barrigudão e tosco?
Será que eles descobriram que eu era foda demais para o trabalho que só exigia meia dúzia de neurônios e que, quando mostrasse todo o meu talento jornalístico, acabaria dando um golpe na empresa (aham)?
Será que foi porque eu descobri que eles fazem filmes pornô?!
Será que foi porque apareceu outra jornalista, loira e peituda? Oh, no! Porque ela, e não eu? (E com isso eu percebo que ser demitida parece muito com levar um pé na bunda. E não é que até os chefes que eu arrumo são canalhas?)

Muito injusto. Tô me sentindo uma merda.
Se alguém aí tiver um elogio sobrando, pode ser uma boa hora.

Naftalina,
que pretende passar a noite chorando as pitangas com três pacotes de elma chips.