terça-feira, dezembro 23, 2008

Querido leitor silencioso,

Este post está um pouco atrasado, mas é um singelo e sincero agradecimento pelos anos de fidelidade ao nosso blog e por sempre me incentivar a escrever aqui - mesmo que seja pra cobrar a tal da homenagem ou pra me contrariar quando digo que é fácil manter um blog.
Um agradecimento também pela sua amizade e conversas sempre divertidas, não importa que nos últimos anos (!!!) elas tenha sido no mundo virtual. Desejo muita sorte na sua nova empreitada cibernética (propagandinha: desnorteando.blogspot.com) e que, diferentemente de mim, você escreva bastante e tenha muitos e muitos leitores!

Kit, tarda mas não falha.

domingo, dezembro 21, 2008

Popstar!

Gente, ontem eu descobri que tenho uma fã!
É uma japa que mora nos EUA. A menina me achou no facebook e declarou sua admiração pela minha pessoa!!! Olha que doideira: ela assistiu ao meu vídeo da NHK de láaaa do outro lado do Pacífico e, desde então, diz ela, "I became a big fan of you".
Na verdade, a japa se encantou foi com a minha fluência no português - embora saiba que é a minha língua nativa -, porque está numa fase "Brazil lover". Daí eu respondi a mensagem dela, agradecendo e tal. E não é que a garota ficou suuuper feliz, e me mandou outra mensagem contando metade da vida dela? Crazy, crazy! Mas não importa, o que importa é que pela primeira vez na vida eu tenho uma fã de verdade, e tô me sentindo meio popstar! Huahuahua!

Kit, se achando.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Radiohead depression

Todo mundo vai, menos eu. Não porque eu não queira, mas porque sou uma desempregada sem dinheiro. E se agora já está ruim, imagine quando chegar o dia 22 de março. Vou ter que achar um buraco para me esconder e não ficar ouvindo Radiohead até pular da janela.
Eu achei que poderia curtir o ócio e ser uma desempregada feliz por uns tempos. Não acho mais. Hoje chorei até com o pensamento do dia da Ana Maria Braga.

Alice, que vai até o supermercado diariamente só para ter uma desculpa pra sair de casa, mas aí lembra do clipe de Fake Plastic Tree e quer chorar

segunda-feira, novembro 03, 2008

Going offline

A partir de amanhã vou ficar sem internet, celular, cartão de débito e tudo mais que tem a ver com conectividade. Tudo em prol de uma reportagem de experiência que estou fazendo...
Sim, vai ser difícil e eu sei que logo vou estar meio enlouquecida e me sentindo solitária, porque sei que menos pessoas vão me ligar no telefone fixo do que me ligavam no celular e falavam comigo por msn.
Mas, por outro lado, agora comecei a dar mais valor a essas coisas. Hoje quis mandar e-mails para todo mundo, dar uma ajeitada no blog, resolver as pendências do meu celular... coisas que a gente sempre vai deixando pra depois pq é tão simples fazer...
Mas, como a MP bem apontou num email (o último que ela poderá me mandar em algum tempo) acho que vai ser legal para eu ter mais tempo pra fazer outras coisas... ler mais livros, ver mais filmes, ficar um pouco sozinha.
Bom, conto pra vcs como foi isso quando eu voltar online. Isso se eu não entrar em choque por causa do isolamento e morrer...

Alice

segunda-feira, outubro 20, 2008

Crise dos 40

Eu sempre me considerei jovem, mais jovem do que diz meu RG. Tão jovem que adoro jogar videogame. Mas foi exatamente um videogame, o Nintendo Wii, que me fez sentir uma tiazinha.
Sábado, lá vou eu, toda feliz, jogar o Wii Fit pela primeira vez. Subo na plataforma, digo minha idade e minha altura, faço uns testes de equilíbrio e destreza. E aí o sistema me diz qual é a minha "Wii Age". Eu esperando algo perto da minha idade real ou talvez até um pouco menos... aquela expectativa toda... e o Wii tem coragem de me dar 46 anos! 46, dá pra acreditar?
Estou deprimidíssima... ontem já resolvi brincar de pega-pega com meus priminhos, procurar uma academia e começar a me esforçar. A meta agora é o Wii me dizer que tenho 18 anos! Será que eu consigo? E se os exercícios não derem certo, será que alguém sabe algum crack pra fazer o sistema diminuir minha idade?

Alice, na idade da loba

sexta-feira, outubro 17, 2008

Quando eu for embora

Vou sentir falta:
  • De dormir no chão
  • Da massagem/acupuntura/quiropraxia/etudoomais por apenas 1.000 ienes
  • De pagar as contas na loja de conveniência
  • De não ter que me preocupar em nenhum momento com a segurança!
  • Dos milhares de produtos legais que vendem na farmácia pra refrescar no verão e pra aquecer no inverno
  • Das lojas de roupa muito fashion que são uma pechincha
  • De entrar numa Tiffany's sem me sentir intimidada, porque a loja fica lotada igual feira
  • De decidir viajar do nada e poder partir três dias depois
  • De sempre ter o que fazer
  • De sushi de verdade, de lamen de verdade, de karê que não é tão de verdade assim mas que é tudo de bom no friozinho
  • Da facilidade em encontrar restaurantes das mais exóticas cozinhas - tem até da Etiópia!
  • De cerveja Kirin
  • Dos cosméticos japoneses
  • Da neve, da paisagem de outono e da primavera
  • Das ruas limpas e dos produtos de limpeza que fazem mágica!
  • Do melhor atendimento do mundo, seja na vendinha da esquina ou num hotel cinco estrelas
  • Da mistura de povos (que na verdade não se misturam)
  • De ter uma língua secreta pra poder falar o que quiser em voz alta
  • Da minha família que mora aqui e dos meus amigos que não sei quando vou poder ver de novo :(

Não vou sentir falta:
  • Dos trens lotados e da galera se ensocando de marcha ré pra dentro do vagão
  • Dos loucos e velhos extremamente fedidos que sempre, SEMPRE têm que vir sentar perto de mim no trem. Por quê, Senhor, por quêêê?!
  • Das japinhas sem noção que usam meia-calça branca, sapato fechado e maquiagem em pleno paraíso tropical (eu tenho vergonha alheia!)
  • Dos homens esqueléticos que usam calça legging, passam cera no cabelo chitãozinho-e-xororó e fazem a sobrancelha
  • Dos japas burocráticos que pedem mil-e-uma condições antes de aceitar me conceder uma entrevistazinha boba
  • Do verão úmido de 40 graus sem ar-condicionado
  • Dos insetos assassinos
  • Do remédio alucinógeno para dor de cabeça
  • Das verduras e frutas carésimas, mas deliciosas
  • De tempero adocicado
  • De hambúrguer aguado
  • Da faculdade e de alguns colegas bizarros
  • Da cabeleira no banheiro e das melecas na pia (nêgo, se você ler isso não é pra ficar agredido, hao hao?)

Kit, que não quer ficar, mas também não quer muito ir.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Um daqueles momentos em que dá vontade de virar lésbica

Três moços, de 20 a 30 anos, se preparando pra balada.

- Nossa, hoje vai bombar muito.
- Nossa, vai ser foda.
- Só quero ver. Vou chegar com a artilharia. 
- Artilharia geral, véio?
- É, artilhando geral.
- Eu não, arranjei um esqueminha.
- Ô, me arranja também.
- Ah, tô a fim de arrumar uma briguinha. De leve.
- Pô, aí é massa.
- Massa.
- Massa. 
- Puuuuutz, mas ferrou. Vou ter que ir casadinho. 
- Iiiih, que bosta mano. 
- Dá um perdido. Fala que vai dormir. 
- Putz, sei lá mano. 
- Mas não sei se eu vou, véio. Só tô com essa blusa aqui que usei o dia inteiro.
- Iiiiih, que bicha. Qualquer roupa serve, mano.
- Mas véio, isso aqui tá fedido e feio.

Naftalina, 
que depois aconselhou os moços sobre qual roupa usar

quinta-feira, julho 31, 2008

O dia em que Alice realizou um sonho de adolescência




David Duchovny autografando bem na minha frente. Foto tirada sem zoom!!!

Quem me conhece há algum tempo sabe quanto eu sou viciada em Arquivo X e quanto eu era loucamente apaixonada pelo David Duchovny quando era adolescente (sabe quando aquelas meninas histéricas por atores/cantores/jogadores? Eu era assim). Mas claro que isso já faz anos e anos e hoje em dia eu já me considerava uma mulher adulta e livre dessas paixonites adolescente. Isso até duas semanas atrás, quando anunciaram que o novo filme baseado na série teria uma premiere em Londres com a presença dos atores.
Desde então eu fiquei noiada pra conseguir ingressos, me inscrevi em todas as promoções possíveis e considerei até a possibilidade de comprar um ticket no eBay (só desisti pq eles foram vendidos por em média 800 libras e na minha conta bancária não tem nem metade disso). E aí, quando eu realmente não consegui ingresso, avisei em um dos empregos que ia ter que sair mais cedo e no outro simplesmente disse que não ia. E ontem, às 13h30 eu estava na porta do Empire Cinema em Leceister Square. Uma galera já tava lá – alguns desde a noite anterior. Me conformei com a segunda fila e fiquei lá, por cinco horas, em pé, no sol, espremida. Mas quando abriram o tapete vermelho e o David Duchovny chegou acenando e dando autógrafos, eu esqueci de tudo que já tinha esperado, de quão cansada eu tava, acho que nem meu nome eu sabia mais. E quando ele parou bem na minha frente, a menos de um metro de mim, e eu tive a oportunidade de falar com ele, simplesmente travei. Eu tremia, minha voz sumiu e eu não falei nada, fiquei só olhando pra ele, hipnotizada. E ele é lindo, lindo, lindo. Claro que já está tiozinho (48 anos nas costas não é brincadeira), mas continua charmozão, com um sorriso maravilhoso e uns olhos verdes, verdes, perfeitos. E eu vi ao vivo ele fazendo os gestos, poses, expressões que eu sempre via na televisão e achava perfeitos. Eu tive uma sensação de que o David era alguém que eu conhecia há muito tempo e muito bem, mas que não via há muito tempo – porque eu já sabia como ele iria morder o lábio, qual pose ia fazer pra foto, como ele ia acenar pra galera, como ele ia colocar a mão na cintura e ficar parado, pensando o que fazer em seguida, como ele iria olhar pra baixo enquanto os repórteres fazem perguntas... Na quase uma hora entre ele chegar, dar entrevistas, posar para fotos e dar autógrafos, virei adolescente de novo. E o melhor: adolescente realizando um sonho, aquele que ela nunca imaginou que aconteceria. Sabe quando você nem consegue acreditar que isso tá acontecendo? Depois de ontem, fiquei com uma sensação tão boa de que eu completei uma coisa que faltava na minha vida...
Caralho, ter vindo pra Londres já valeu a pena só por isso.

Alice, nas nuvens

P.S.: Vou fazer um albinho com as fotos da premiere e depois coloco o link aqui.

sábado, julho 26, 2008

Os nossos hábitos...

Nesses últimos meses, desde o final do ano passado, soube que vários parentes e conhecidos estavam com câncer. No trabalho, tive que desmarcar 3 reuniões por conta disso.
Pulmão, mamas, cérebro, estômago, intestino afetados...
Isso fez com que refletisse sobre o que poderia desencadear essa avalanche de doentes.
Nenhuma das pessoas tinha uma vida desregrada, bebida, cigarro, essas coisas que estamos acostumados a ouvir que são ruins para saúde.
Mas.. comecei a observar o que eles tinham em comum e vi que os hábitos que levamos não são nada bons, nada mesmo, e passam despercebidos...
Fui visitar esses dias uma amiga que acabou de operar o seio. Ela parecia bem, não quis falar sobre o assunto. Como de costume, logo foi me oferecendo um lanchinho. Enquanto conversávamos, fui vendo o que ela me oferecia: "Quer alguma coisa pra beber? ". Eu: "Quero, o que tem aí?". "Coca Zero, suco dell valle, guaraná...". E foi colocando margarina e um monte de pães na mesa. Lembrei que sempre que ia em sua casa, via que a família tomava sempre sucos em pó e refrigerantes, muita carne, doces, temperos e condimentos como sazon, caldo de galinha, catchup, maionese, etc, etc. Sempre.
Outra pessoa próxima que desenvolveu a doença idem. Ela tem cerca de 1,55 e está pesando menos de 40 kg. Mas.. o prato que comiam, qdo minha família foi visitá-la: feijoada. Sempre éramos recebidos com mta carne de porco, assados, refrigerante, sucos industrializados, bolachas amanteigadas, mto doce, mta carne, mtos condimentos...
Uma reunião que desmarquei de trabalho, idem. A pessoa prometeu q qdo voltasse da cirurgia, ia fazer uma churrascada para todos...
E assim parece ser em todos os lugares.
O comodismo faz com que a gente consuma cada vez mais produtos industrializados, conservantes e mais conversantes, muitos trocam a água pelo refrigerante, 'porque a coca zero não engorda, não tem açúcar, olha q blz!", as verduras são cada vez mais pobres em nutrientes e ricas em agrotóxicos, mtos usados indiscriminadamente, alguns até clandestinos, proibidos e retirados de circulação no país, mas contrabandeados pelos agricultores.
O alimento que duraria uma semana na geladeira, agora pode durar mais de um ano em uma lata.
E assim, a gente se alimenta, ou estaríamos nos envenenando?
Aí, doentes, compramos remédios. Remédios que curam ou que nos detonam ainda mais?
Bem, e num dia desses em um restaurante, algumas pessoas que comiam comigo riram por eu gostar de alfafa. "Nossa, mas isso não é comida de cavalo?". E eu, pasma. Como comer no Mcdonalds pode ser mais aceitável que comer uma verdura?? Em que mundo nós vivemos?
Será que é tão bizarro assim de vez em quando tomar água ao invés de logo pedir uma coca zero?
Comecei a rever todos esses hábitos em minha vida, e eu que achava que tinha uma vida sem vícios, descobri um que é arrebatador: o açúcar. Tentei me testar, ficando sem comer absolutamente nada de açúcar em sua composição e para minha surpresa, não consegui ficar mais de 15 dias sem...
Bom, esse texto ta ficando mto longo. Na verdade, só queria alertar quem ler isso aqui pra prestar atenção nisso. Quando a gente pára pra pensar é assustador...

Mulher do Padre

segunda-feira, julho 07, 2008

Vidas Passadas

Hoje encontrei a MP rapidinho, e fazia um tempo que a gente não se via. Sempre que a gente se vê eu me lembro da turma de há alguma tempo atrás, de quando a gente adorava tudo que era anos 80 e depois ia no Franz Café falar de qualquer coisa. Daí lembro da faculdade, de quando a gente começou este blog. E de como a gente era diferente naquela época.

Como a MP falou: é como nos filmes, quando a gente vai morrer e começa a rever vários capítulos da vida. "Capítulos" acho que é uma boa definição. E, puxa, já tive uns bem diferentes.

Kit, tô me sentindo velha.

Naftalina.

terça-feira, junho 17, 2008

Você gostaria de saber?

Outro dia entrei numa discussão com pessoas sobre essa coisa de fidelidade. Entre casais e amigos. Tipo: o meu primeiro namorado era um canalha, e isso é praticamente de domínio público. Mas na época eu não fazia idéia, e ninguém veio me avisar (a MP bem que tentou, mas eu, besta que era, brigava com ela e não queria ouvir). Daí, depois que terminou, uma amiga (?) veio me contar vários podres do fulano, tipo traições toscas, mesmo. E eu: "Pô, porque vc nem me contou antes? Eu fazendo papel de tonta!" e ela "Ah, é que você tava namorando, não dava para falar dessas coisas, né? Não queria estragar o namoro". Ah, mas eu preferia que estragasse.

Depois, conversando com pessoas, vi que o "prefiro saber" não é unanimidade MESMO. Daí que resolvi perguntar. Vai que um dia me vejo numa situação dessas, né? Melhor saber o que cada uma pensa disso

Se um amigo de confiança (isso é importante!) vê seu marido/namorado/whatever te traindo, você prefere que:
a. ele te conte o quanto antes, sem omitir detalhes.
b. ele te conte mais ou menos (só plante uma pulga atrás da sua orelha pra você mesma descobrir o resto sozinho, depois).
c. não conte nada. Isso é um problema seu e do fulano, e ninguém tem que se meter.

Naftalina, que escolheria logo a letra a.

sexta-feira, junho 06, 2008

Porrada

Alguém já te irritou muito?
Alguém já te encheu tanto o saco que vc teve vontade de explodir?
Alguém, além de tentar encher o seu saco, encheu o de pessoas queridas e próximas, porque viu que você ignorava?
Alguém já fez alguma brincadeira de mau gosto com vc?
Alguém já mentiu na cara dura para você e para outras pessoas na sua frente?
Alguém já falou que vc estava mentindo e acusou de mentirosas pessoas queridas e que vc sabe que são corretas e íntegras?
Alguém já falou mal de pessoas que ajudaram ela e depois vc descobriu que aquilo que criticava e apontava nessas pessoas (pelas costas), fazia parte na verdade de sua conduta? hipocrisia mesmo?
Agora, imaginem que tudo isso faz parte do universo de UMA pessoa. Que esse alguém existe e se infiltra em lares de velhinhas inocentes, engana todo mundo, tira o dinheiro de pessoas honestas para.. para usos não muito bons, dizendo que arrecada para fins nobres.
O que fazer com uma pessoa desse nipe?
Não sentia ódio por ninguém nem nunca cultivei inimigos, mas essa pessoa, se cruzar o meu caminho, vai levar muita, mas muita porrada!

Mulher do Padre

segunda-feira, maio 12, 2008

Meu defeito

Hoje cheguei a uma conclusão. Se eu fosse menos vingativa, eu seria mais feliz... Há algumas hora atrás, eu fiquei puta com uma pessoa e a primeira coisa que pensei não foi no que seria melhor pra mim, mas em como fazer a vida dela ser uma merda, e assim eu me sentiria satisfeita. E eu sempre fui assim. Quando fico com raiva, não importa se eu vou fazer algo que vá me prejudicar também, mas tudo que eu quero é fazer a outra pessoa sofrer. Não importa se essa outra pessoa é o atendente da loja, um namorado, um amigo ou minha mãe.
E no fim eu acabo me fudendo junto... e sofrendo... e perdendo muito tempo só pensando em como me vingar. E no momento estou frustrada. Pq eu quero me vingar, mas aí vou me prejudicar. E ao mesmo tempo um pedaço de mim fala que eu não posso deixar quieto...
Como me livrar disso? Existe terapia contra ódio e sentimento de vigança? Alguém pode me segurar antes que eu faça algo muito estúpido?


Alice, meio Kill Bill

terça-feira, abril 22, 2008

Terra tremens

Quase dez anos depois de deixar de ser teen, protagonizei a cena mais pateticamente adolescente que um roteirista de Hollywood poderia imaginar.

iPod na mão, fone no ouvido. Tocava "Fluorescent Adolescent", do Arctic Monkeys. E eu acompanhava com a melhor coreografia que dava para alguém descoordenado tentar sentado na cama.

A música acaba. Eu paro de me mexer. Mas a cama continua. Dançava melhor do que eu tinha conseguido, na verdade. E levava junto o que estava em cima: o laptop ensaiava um lap pra se fechar e o celular vibrava como se tivesse recebido uma mensagem.

Com todo o QI de uma adolescente de filme hollywoodiano, pensei: "Ou esta cama é muito fraca ou eu estava dançando muito mais empolgada do que achava."

Em seguida, no que na hora pareceu uma conclusão muito mais esperta, pensei que era alucinação, por causa das poucas horas mal dormidas na véspera. Fechei os olhos e sacudi a cabeça, tentando espantar a tontura. E nada.

Desencanei. Dez segundos depois, passou. Voltei a me sentir saudável.
Esqueci o assunto.

Mais dez minutos e o celular vibra de novo. Dessa vez pra valer. Atendo. O moço pergunta: "Sua casa tremeu?"

Pronto: caiu a melhor ficha do caça-níqueis e respondi, empolgadíssima como uma boa heroína adolescente que não tem medo de lenda urbana. "Siiiiiim!"

Foram 5,2 graus na escala Richter. Será que com 8 graus meu cérebro sacudia o suficiente pra funcionar melhor dali em diante?

GE

quarta-feira, abril 16, 2008

Virando japa

Eu nunca tinha entendido por que sentia tanto sono no ônibus ou no metrô. Era só sentar que dali a pouco já fechava o olho e começava a dormir. Várias vezes até sonhava e falava, e de vez em quando acordava tentando morder alguma comida que aparecia no sonho!
Anyway, descobri que isso tá no sangue japa. A Alice e a GE também cansaram de ver os japas capotados nos trens. Aqui eu me identifico com eles e fico muitíssimo mais a vontade pra fazer igual. E aí que anteontem consegui a maior de todas as proezas: dormir em pé! Isso mesmo, igual cavalo! Não, só não foi igual porque uma certa hora meus joelhos dobraram e acordei quase que num pulo. Isso choca um pouquinho os japas, mas nem tanto assim. Já vi vários fazendo isso, e sempre dava uma risadinha por dentro. Agora sou um deles.

Kit

quarta-feira, abril 09, 2008

Ainda há esperança no mundo

Esses dias uma amiga me apresentou algo que eu preferia nunca ter conhecido.
Depois de um comentário seu sobre determinada música e determinado tipo feminino, observando minha cara de paisagem e meu comentário: "não conheço", ela logo solta um "meu deus, em que mundo vc vive? todo mundo sabe o que é .....".
Tá, vai ela imediatamente abrir um vídeo no youtube pra me mostrar o que era.
Fui, dessa forma, apresentada à dança do Créu e sua Mulher Melancia. E ela falando q todo mundo ouve, todo mundo comenta, as crianças cantam e dançam Créu e a Mulher Melancia vai posar nua numa revista.
Nosso comentário, parecido com os que a gente ouve de gente beata e vovós: "esse mundo ta perdido.."
Tá, depois desse abalo, ela vai e pergunta de novo: "e tal pessoa, vc conhece?". Eu, com medo: "nãaaao". Ela: "ah, mas essa é fofinha". Eu ainda com medo: "nãaao".
E lá vai ela de novo me mostrar um vídeo no you tube.
Fiquei boba. Depois de Créu, não sei se aquilo afetou de tal maneira meus neurônios que fiquei apaixonada pelo que vi em seguida. Fui apresentada dessa vez à meninina que anda fazendo um som q ela própria chama de folkabilly ou folk'n'roll, a tal da Mallu Magalhães. Uma fofa de 15 anos que canta, toca vários intrumentos musicais, compõe e usa roupas bacanas.
Sim, depois de Mallu ainda acho que há esperança nesse mundo. E espero nunca ver essa menina estampada com a bunda pra fora em alguma revista masculina qq.
Não, isso não parece ser a cara da Mallu. Boa sorte, menina, virei sua fã.

Mulher do Padre

terça-feira, abril 01, 2008

Comentário cretinos

Eu tava com uma dor horrível nas costas que me fazia andar toda torta no trabalho. Meio como um golum. Daí que pra colaborar com o ridículo da situação ouço comentários valorosos do tipo:

- Eeeeei, vc tá toda tooortaa!!!
- Sério? Que bom que vc me avisou.

- Hahahaha! Pelamor, coloca um salonpas aí!
- Ah, é que acabou o estoque de salonpas que eu sempre tenho na gaveta, sabe?

- Vc tem um analgésico? Preciso de algo, porque não consigo andar direito com a dor.
- Tenho sim! Vem aqui no andar de baixo pegar.
(ok, este último eu inventei. mas era só o que faltava).

Naftalina.

domingo, fevereiro 17, 2008

"Não, eu não quero sacolinha!"

Eu tô recusando sempre que possível uma sacolinha desnecessária. Por que elas poluem o meio-ambiente e eu já tenho sacolinhas demais para usar no lixo, essas coisas. Mas às vezes as pessoas são chatas e não entendem isso ou me acham louca.

Esses dias fui no supermercado comprar presunto. Só presunto. E como moro pertinho resolvi levar na mão. Primeiro a moça do caixa tentou colocar o presunto dentro de uma sacolinha e eu "nãããão, não precisa!". Depois o moço que ajuda a empacotar tentou colocar também, e eu quase tive que arrancar meu presunto da mão dele. Dei um sorrisinho irritado, e "Não precisa, brigada."

Daí fui saindo com o treco na mão e vi um empacotador encostado em um dos caixas olhando pra mim e pro meu pacote desempacotado. Ele tava com uma cara meio desesperada, como se estivesse se sentindo incomodado por mim. Parecia que ia me dar uma rasteira, me arrancar o presunto à força e colocar dentro de uma sacolinha de plástico, como todo mundo. Tudo para evitar o MEU constrangimento.

Mas o pior foi quando comprei um óculos na loja CB, e já queria sair usando. Daí a moça:
- Quer sacolinha?
- Não precisa, que já vou usando.
- Mas pra levar a capinha...
- Ah, eu levo na bolsa!
- Tem certeza?
- Tenho!!!
- Ah, mas leva, vai. Pra vc ir desfilando com ela por aí.
- (!!!)

Naftalina.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Na palma da mão

Tá bom, vcs sabem q eu não acredito nessas coisas. Mas hoje deixei um cara ler minha mão. Bom, como sempre, ele falou coisas sobre mim que são verdade - por exemplo que eu mudo de idéia toda hora, que eu sou instável e confusa. Mas até aí não sei se ele leu isso na minha mão ou disse isso pq já me conhece e sabe que eu sou assim.
E aí ele disse que eu estou "screwing up my life" e mentindo pra mim mesma... e aí não sei se ele está certo ou se é tudo bobagem. E que eu vou ter má sorte pelos próximos meses, mas ainda assim vou ganhar um bom dinheiro de um jeito fácil (será que essas duas coisas podem acontecer simultaneamente?). Ele também disse que eu nunca vou ser bem sucedidade de verdade porque eu me canso muito fácil de tudo e mudo de idéia toda hora - e por isso não vou continuar fazendo a mesma coisa por tempo suficiente pra ganhar dinheiro, ter uma carreira ou coisa assim.
E na verdade eu não acredito nisso, mas ao mesmo tempo, como estou prestes a mudar de país sem saber se isso vai dar certo, fico pensando se estou fazendo direito ou se tudo está mesmo errado... e se tiver? Será que é melhor eu não ir? Ou o quê? Será que o certo é tentar trabalhar numa coisa só pra sempre não importa se já estou de saco cheio daquilo ou não? E mesmo que ele não tenha lido porra nenhuma na minha mão, mas só dito coisas que já sabia sobre mim, ele tem razão. Como minha vida pode dar certo se eu não tenho a menor idéia do que eu quero fazer? Como eu posso querer ser bem sucedida se não consigo ficar no mesmo emprego por mais de um ano, porque antes disso já estou completamente de saco cheio?
No fim, o que era pra ser brincadeira, me deixou preocupada... e triste... e desanimada. Parece que nada nunca vai dar certo. E tudo por culpa minha. Será que dá pra eu começar a mudar minha personalidade imediatamente?

Alice

P.S.: Esqueci de dizer que ele tb falou que vou me casar duas vezes... então, como vou ser fracassada, vou ter que me casar a primeira vez com um cara rico, assim me divorcio e vivo da pensão gorda que ele vai me pagar. E aí sim posso casar com alguém que eu realmente queira...

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Eu tenho um poder?

Acho que assisti heroes demais (falando nisso, já acabou a greve? ARGH!).

Hoje estava andando para o trabalho e reparei na sandália da menina andando na minha frente. Era uma dessas que tem cara de gostosa de rave, usando uma sandália bege de plataforma (beeem alta!) de madeira com umas palhinhas por fora. Então, uma coisa ridícula. E estava eu pensando em como alguém podia usar uma coisa tão ridícula sem sentir vergonha de sair na rua quando ela deu um tropeção e caiu de lado. Não se espatifou, mas foi quase. Por um tempinho eu até acreditei que fui eu.

Que poder é esse? De maldade contra a breguice alheia?

Naftalina.