terça-feira, abril 22, 2008

Terra tremens

Quase dez anos depois de deixar de ser teen, protagonizei a cena mais pateticamente adolescente que um roteirista de Hollywood poderia imaginar.

iPod na mão, fone no ouvido. Tocava "Fluorescent Adolescent", do Arctic Monkeys. E eu acompanhava com a melhor coreografia que dava para alguém descoordenado tentar sentado na cama.

A música acaba. Eu paro de me mexer. Mas a cama continua. Dançava melhor do que eu tinha conseguido, na verdade. E levava junto o que estava em cima: o laptop ensaiava um lap pra se fechar e o celular vibrava como se tivesse recebido uma mensagem.

Com todo o QI de uma adolescente de filme hollywoodiano, pensei: "Ou esta cama é muito fraca ou eu estava dançando muito mais empolgada do que achava."

Em seguida, no que na hora pareceu uma conclusão muito mais esperta, pensei que era alucinação, por causa das poucas horas mal dormidas na véspera. Fechei os olhos e sacudi a cabeça, tentando espantar a tontura. E nada.

Desencanei. Dez segundos depois, passou. Voltei a me sentir saudável.
Esqueci o assunto.

Mais dez minutos e o celular vibra de novo. Dessa vez pra valer. Atendo. O moço pergunta: "Sua casa tremeu?"

Pronto: caiu a melhor ficha do caça-níqueis e respondi, empolgadíssima como uma boa heroína adolescente que não tem medo de lenda urbana. "Siiiiiim!"

Foram 5,2 graus na escala Richter. Será que com 8 graus meu cérebro sacudia o suficiente pra funcionar melhor dali em diante?

GE

Nenhum comentário:

Postar um comentário