sábado, maio 28, 2005

Às vezes a tecnologia tira sarro da nossa cara

As melhores coisas que os DVDs trouxeram foram as caixas com todos os episódios de séries de TV. Antes, era aquele drama. Se você perdeu o último episódio de uma série que não é mais reprisada, já era. Ou ficava sem ver ou procurava alguém que tivesse tudo gravado. Hoje, é só esperar sair em DVD. Simplesmente maravilhoso. Mas, por outro lado, acabo me sentindo um pouco idiota quando vou na FNAC e vejo boxes de todas as séries que eu gosto. Me lembro de todos os anos de esforço para gravar as séries na ordem e sem os comerciais... Sem falar nas pilhas e pilhas de fitas de vídeo socadas no meu armário. Depois dessa trabalheira toda, agora posso comprar todas as séries completas, com qualidade de DVD, extras e numa caixa linda que ocupa pouco espaço. E agora, sr. inventor do DVD, o que eu faço com as fitas? Jogo fora? Faço chá pra ver se dá barato? Será que posso ser ressarcida pelo trabalho (quase) inútil?

Alice, que na verdade acha que nunca vai ter coragem de se desfazer dos VHS

sexta-feira, maio 27, 2005

Tantaraaaan!

"Ai, eu preciso falar, eu preciso falar euprecisofalareuprecisofalareupreciiso..."
- Ei, tem lugar pra sentar ali atrás!

(Hoje é dia dos velhinhos? Por que onde eu fui, esbarrei com um monte de cabecinhas branquinhas - a fila do banco estava impossível!)

O ônibus estava vazio lá atrás e cheio antes da catraca. O sujeito com cara de chato e jeito de mano tava sentado no banco da frente do ônibus, folgadão com cara de paisagem, enquanto vários velhinhos ficavam espremidos, de pé. Daí não aguentei.

- Ah, mas eu não pago. Eu tenho crachá.
Ele disse isso com a cara mais deslavada do mundo.

- Se não paga, fica de pé. E deixa a senhora ali sent..."
Eu ia apontar para uma velhinha fofa que tava ali na frente, quando ela mesma falou, brava sem deixar de ser fofa:
- É, deixa eu sentar aí!

Ufa, fiquei feliz. Mas com medo do sujeito, que ficou me olhando feio.

Naftalina,
defensora dos fracos e oprimidos e dos velhinhos fofos.

segunda-feira, maio 23, 2005

Yes, yes... yes?

Aiiii... preciso contar:
Gente, eu acho que a empresa em que eu trabalho é fachada pra uma produtora de filmes pornô (daqueles toscos que vende em locadora).
Que me-do!

Naftalina, torcendo pra não oferecerecem um freela de dubladora.

domingo, maio 15, 2005

Ficando adulta

Eu acho que agora não sou mais adolescente mesmo. Porque é assim: não existe meio termo. É de adolescente pra adulto. No máximo, a gente vira um adulto jovem, mas.... "jovem" não é uma faixa etária, é um adjetivo que junta de criancinhas ("você é muito jovem pra isso e aquilo") a velhinhas que se acham ("eu tenho a cabeça jovem").

Enfim, foi a MP que fez essa pergunta há um tempo: se eu me sentia adulta. Eu respondi e não respondi (tá lá, registrado!). Eu achava que não, porque ainda gostava de um monte de coisa de criança e porque queria fazer um monte de coisas antes de me sossegar na vida. Acho que o que definia "ser adulta" era a confusão e o vai e vem chegarem ao fim. Quando eu parasse de inventar novas coisas e baladas diferentes pra ir e tivesse a minha casa (e um gato chamado Elvis), eu seria adulta.

Só que não era nada disso. Outro dia briguei feio com meu pai, e pra mim foi definitivo: "eu não quero mais o seu dinheiro". Emancipada, assim. E o bizarro é que não bateu um pânico em seguida, não bateu medo, não bateu nada. Eu não precisava do dinheiro, e sabia que agora podia me virar sozinha. Será que virei adulta?

Bom, já é uma coisa adulta: eu posso me sustentar, ainda que não sobre pra comprar coisas mega supérfluas. Daí eu percebi uma coisa que decidiu que eu não precisava decidir nada: meu All Star. Eu tenho o mesmo All Star creme (encardido, agora) há 8 anos. Nem sei como ele sobreviveu tanto tempo, o highlander. Uma outra calça, há quase 10 anos. Puxa! Eu parei de crescer faz tempo. Huum, tô ficando velha, pensei. Mas eu continuo com a mesma roupa. Talvez eu vire adulta e continue sendo a mesma coisa, no fim das contas. Ou talvez eu nem sinta mudança. Talvez nem haja muita mudança. Como fazer dezoito anos ou se formar. Tanto faz.



(E olha que termino o texto sem concluir nada, pra variar. Vou ter que voltar pro cursinho pra ter aula de dissertação, urgh.)

Naftalina,
lesada de tédio depois de passar o fim de semana de plantão no trabalho.