quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Sobre estatísticas

Gente, a coisa tá muito feia. Acontece que, no trabalho, eu passei para o outro lado: em vez de ser selecionada, estou selecionando pessoas para um emprego. Mas isso não quer dizer muita coisa -só que tem bem pouca gente na empresa e que a chefe não tá com paciência de ver um monte de currículos.

Enfim, coloquei um anúncio no site C, de empregos ligados a Internet. Faz nem duas semanas, acho. E... argh! Perdi a conta de quantos currículos recebi. Só de não lidos hoje de manhã eu já tinha 300. Todos de jornalistas ou wannabes.

Bom, tinha muita gente foda. Gente que eu fiquei com vergonha de entrevistar porque eram muito melhores que eu (mas mesmo assim não deixei de entrevistar, fique claro). Mas pelo menos 50% dos que eu olhei eram porcarias, gente desesperada e sem noção ou que nem jornalista era. 5% apelavam para alguma força superior: "Que Deus me abençoe, e por favor me chame pra uma entrevista pelamordedeus". Argh, descartei todos.

Tem gente que ameaça: "Espero que eu seja um dos selecionados. Mas se não for, saibam que estarão perdendo cinco anos de experiência de um ótimo profissional. E quando estiver no mercado, me lembrarei de vocês". Irc! Só faltou a risada maligna no final. Pro lixo. Tem os mercenários: uma mulher me respondeu só "Por favor, pode me informar um salário? Se for menos de X, eu nem me preocupo em mandar currículo".

E tem gente que dá dó. Recebi hoje uma carta (carta mesmo!) de uma menina de sei lá onde, que mandou currículo, carta de apresentação (à mão) e um artigo que ela escreveu. Ela se formou numa faculdade lá de onde o vento bateu as botas, que deixou ela se formar sem saber que "a muito tempo" é com agá. "Não tenho experiência profissional, mas peço aos senhores da empresa T uma chance! Gostaria que me conhecessem, onde poderiam avaliar minha capacidade como profissional" (na verdade era um pouco mais mal escrito, mas eu não aguentei dar uma corrigidinha).

Ai, que triste.


Naftalina

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