segunda-feira, setembro 13, 2004

No metrô à meia-noite

Sábado, um pouco antes da meia-noite, no metrô, linha verde. Doente, cansada e com sono. Entra um ser sinistro de preto, boina cinza e a cara vermelha: meeedo! Adivinha onde ele se senta? Justo do meu lado, é claro. Dá um sorrisinho malandro e fala:
- Liceeença!
Viro a cara pro vidro e fico ali rezando (pra quem eu não sei, mas rezando!). Não dá nem dois segundos, o cara começa o papo (sempre com aquele sorrisinho, ugh!):
- Que horas fecha o metrô?
- M-meia-noite - tentando parecer calma.
- Será que dá tempo de eu chegar até a Barra Funda?
É lógico que NÃO!
- N-não sei... É melhor você perguntar depois pra algum funcionário.
O sinistro mexe a cabeça, concordando.
Pausa para silêncio. Ufa! O cara até que é inofensiv..
- Se não der tempo, não tem outro jeito né, vou ter que ir pra tua casa - e abre mais o sorriso.
Pânico!!! Foi isso mesmo que eu ouvi?! Não demonstre medo, não demonstre medo!
- Hein?
- Se não der tempo, vou ter que ficar na tua casa! - aumentando o tom de voz.
Ai meu Deus, eu sei que eu não acredito muito no Senhor, mas me ajudaaaaa!!!
- O quê?!!! - já não conseguindo disfarçar o medo!
E aí o cara não se aguenta e cai na gargalhada:
- Tô brincando!!!
- Ha. Ha. Que susto... (babaca!!!) - e viro a cabeça 90º para a janela.
- Ninguém merece, né? - de novo com aquele sorrisinho, GRRRR!
Nem respondo. Cara idiota!
Mas não me arrisco, né! Chegando na estação Paraíso, desci correndo!

Kit

Nenhum comentário:

Postar um comentário