quinta-feira, julho 21, 2005

Somos Daslu Men



Tirando os "laranjas", para sonegar impostos é preciso ser power. E, até que a sonegação vire a norma, é também preciso ser freak. Na semana passada, descobrimos que a Daslu é power freak. Além disso, já sabíamos que, como diz o nome, as "lu" são girls. Power Freak Girls??

Oras, o alarme soou. Se Receita + Polícia Federal puderam fazer a "Operação Narciso", tava na hora de a gente realizar a "Operação Patente". O que é essa loja, afinal, que chama a atenção da Vogue francesa antes que as power freak girls originais consigam uma citação na revista TPM?

O QG foi o shopping, para tentarmos incorporar o espírito paty. Depois de um almoço chiquérrimo de Risoto ao Funghi e Postas de Salmão, três power freak girls seguiram para a famigerada Daslu.

A loja começa a separar o joio do trigo já no portal (porque "entrada" é coisa de pobre). Uma moça loira cheia de maquiagem explica aos motoristas dos carros importados que quem já é cliente pode ir ao estacionamento VIP, logo ali na entrada banhada de sol (que nasce mais cedo para os mais ricos, como bem sabem os japoneses). Para quem está lá pela primeira vez, como nós, ela explica que é preciso levar o golzinho de escapamento furado para o subsolo.

O templo de 17 mil metros quadrados tem pé direito alto. E uma prateleira só de salto agulha Manolo Blanick. Fácil imaginar a Sarah Jessica Parker "Curtindo a Vida Adoidado" por lá. Enquanto isso, o Matthew Broderick poderia pegar um café expresso (a única coisa grátis do lugar) e se sentar em um dos sofás apinhados de maridos endinheirados e filhos entediados.

É que eles estavam no andar errado. Dois lances de escada de mármore acima, ficava parado no ar o helicóptero Robinson 44 (ironia: é o helicóptero mais barato do mercado). Ele anunciava a chegada à Daslu Men: o andar dedicado aos homens.

A Daslu ensina que homem é mais perdulário que mulher. Todos os produtos da loja têm preço na etiqueta, menos os do andar dos homens.

Mas a Daslu nos deu uma lição bem mais importante: nós PFGs somos freaks porque, no paraíso do consumo, não somos girls, e sim, boys. Era no andar dos homens que estava tudo o que nos interessou (tirando o papel toalha ultra absorvente do banh... ops, toalete): Macintosh de R$ 17 mil, iPods, carros, tabuleiros de xadrez estilosos e CDs importados. Com toda essa tecnologia, como é que iríamos gostar de passear pela parte sinalizada com a plaquinha "no men allowed", onde mulheres pelancudas de peito de fora experimentam roupas cafonas de estilistas que não sabem se desenharam uma blusa de festa ou um pijama de renda?

Sim, a Daslu é power freak. E muito mais girlish que as PFGs. Mas a marca é nossa. Então, resolvemos revidar o plágio: a Naftalina experimentou o único vestido bonito que conseguimos encontrar (um Prada de R$ 14 mil) e tirou uma foto para mandar fazer um igual. Missão cumprida.


Garota Enxaqueca

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