quarta-feira, setembro 26, 2001

Memento II (Não aconselho a leitura desse texto se você ainda não viu o filme "Amnésia". Depois não diga que eu não avisei!)

"O que você gostaria de esquecer?" foi a pergunta que Akasha me fez na saída do cinema.
"As minhas desilusões", respondi.
Eu já tinha pensado nisso algumas vezes, mesmo antes do filme. Não seria maravilhoso poder começar de novo? Sem desconfianças, paranóias ou cicatrizes atrapalhando? Há momentos que eu invejo bastante o cara do filme.

Mas não é bem assim, é? Em algum lugar perdido na minha cabeça, há uma vozinha dizendo que esquecer não é o que eu desejo de verdade. E ela está certa.
As desilusões são importantes e, principalmente, necessárias. Esquecê-las traria, como eu já disse, a inocência do começar de novo, mas isto implicaria em nova desilusão (voce não acredita no "E eles viveram felizes para sempre", acredita?) e novo desejo por esquecimento. Como no filme, você ficaria preso em um ciclo de esquecer - agir - esquecer novamente, e teria uma satisfação puramente momentânea.
Algumas lembranças são ruins, isso é inegável. Mas, boas ou não, elas são responsáveis pelo que somos hoje, pela nossa personalidade, comportamento e caráter. Sem elas, eu não seria quem sou. E, com todas as impicações existentes, os os meu defeitos e qualidades, jamais desejaria ser uma pessoa diferente.

Calliope

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