segunda-feira, maio 10, 2004

Auto-ajuda

Há algumas semanas, soube através de uma amiga que um antigo colega de sala nosso veio morar aqui em São Paulo. Fiquei muito feliz. Embora não fôssemos muito íntimos – porque nessa época eu era extremamente tímida e anti-social – sempre gostei dele. Ele me fazia sorrir, ou melhor, gargalhar com as suas brincadeiras. Tinha talento para a coisa. Às vezes, quando vejo um programa humorístico, logo penso que ele faria muito melhor. Mas muuito melhor mesmo. O cara era muito bom e isso quando tínhamos uns 12 ou 13 anos, se não me engano. Depois eu mudei de escola e a gente se esbarrou raras vezes, apesar da cidade só ter um shopping.
Semana passada, enviei um e-mail para dar boas vindas ao rapaz e sugeri algumas baladas. Logo veio uma resposta curta e grossa. Só faltou me xingar.
Estranhei, claro. Qual o motivo de tanta revolta?
Respondi educadamente, dizendo que ele era uma das melhores lembranças da minha pré-adolescência e que sempre gostei dele e sempre ia gostar. Pedi desculpas por alguma coisa que o teria magoado e eu não sabia, mas disse que isso não ia mudar o carinho que sempre tive por ele.
Ele logo retornou pedindo desculpas e dizendo que não sabia que eu gostava dele. Explicou o motivo da revolta etc. Fizemos as pazes. Foi aí que eu comecei a pensar em todas as mensagens encaminhadas fatalistas de auto-ajuda que eu deletei sem ler ou que não dei muita importância. Aquelas do tipo “fale para a pessoa tal que vc gosta dela, pq pode ser o último dia”. Meu, até que essas coisas funcionam! Se eu não enviasse o e-mail fofo, dizendo o que sentia, ele ia me odiar para sempre e sem eu saber!

Mulher do Padre

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