segunda-feira, abril 01, 2002

Uma história de amor

Faz 3 anos que conheci aquele garoto do litoral com olhos de um verde clorofilado e uma beleza renascentista. Eu me apaixonei de um jeito que nunca tinha sentido e nunca mais voltei a sentir. Parecia que eu podia viver para ele e por ele. Nunca ficamos juntos por conta de vários desencontros da vida. Agora quase não nos falamos. Mesmo assim, nunca consegui esquecê-lo.
De tempos em tempos eu digo que ele já é coisa ultrapassada: por que eu amaria um cara tão folgado, preguiçoso, acomodado e sem iniciativa? Mas, cada vez que eu abro um pacotinho de M&M's, cada vez que eu escuto Jota Quest, vejo uma escultura da Camille Claudel ou leio um poema do Neruda tenho uma vontade louca de vê-lo.
Sábado eu fui pra cidade dele. Não por sua causa, mas porque era aniversário de um outro amigo meu que mora lá. Liguei pra ele e disse que ia vê-lo. Chegando lá, liguei de novo para avisar que estava indo pegá-lo. Ninguém atendeu o telefone. Fui até a casa da mãe dele pra perguntar como chegar ao apartamento que ele está morando agora. Ela explicou, eu rodei, rodei e rodei e não encontrei o lugar. Desisti. E ter desistido me fez tão bem. Foi como uma prova de que eu posso deixá-lo de lado e seguir em frente. Hoje eu ouvi Don't let me down. A música me fez lembrá-lo, mas de uma forma diferente - com ternura, como uma lembrança boa de alguém que foi muito importante pra mim, como memória de um "tempo bom que não volta nunca mais". Ainda o amo, porque ele sempre vai ocupar um lugar muito importante dentro de mim. Mas já estou pronta para deixá-lo pra trás e ligar pra ele só uma vez por ano, até o dia em que ele se mude e não me dê o telefone novo.

Alice

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