domingo, novembro 04, 2001

Seminário de política e o idiota da Blockbuster

Maldito Chomsky! Droga, preciso terminar um seminário para amanhã de manhã e simplesmente não consigo. Acho que me falta capacidade mental para organizar o pensamento de 70 páginas em 30 minutos de palestra e duas folhas digitadas. Até hoje não aprendi a fazer isso, acho que nunca vou aprender. Mas, como a professora não vai aceitar essa explicação, resolvi escrever para ver se desobstruo a mente e consigo voltar a raciocinar.
Hoje fui até a Blockbuster comprar uma fita de vídeo e fiz uma coisa que não costumo fazer. Quando fui pagar, peguei a fila mais comprida, simplesmente para ser atendida por um certo rapaz. Ele não era bonito, mas algo nele me lembrava o Edward Norton (que eu acho lindo, principalmente em O Clube da Luta) e o crachá dizia que o nome dele era Fábio. Enquanto ele atendia o casal na minha frente, fiquei observando e estava ansiosa para que chegasse logo a minha vez e ele falasse comigo. Não é relevante, mas estava tocando Faroeste Caboclo. O casal foi embora, ele me chamou. Quando me disse "Boa Tarde" fiz questão de responder com um sorriso enorme. Ele não retribuiu. Perguntou automaticamente, como deve fazer centenas de vezes por dia, se eu não queria mais nada, registrou o que eu estava levando, disse "R$12,70", pegou meu cartão, passou, deu o papel para eu assinar, me entregou meu pacote e disse tchau. Não fez nada de especial, não puxou conversa comigo, não sorriu para mim. Quando eu estava saindo percebi que ele mancava. Pode ser que estivesse só com o pé machucado ou poderia ser uma coisa permanente, não sei. Mas isso alidado a ele não ter esboçado nenhuma simpatia por mim fez com que o cara perdesse toda a graça. Engraçado como eu consigo me desencantar pelas pessoas tão rápido. Uma coisa errada que ela diz, um gesto descuidado, a falta de um sorriso, qualquer coisa é motivo para que eu perca o interesse. Sou exigente demais, gostaria de ser mais tolerante, menos chata. Com certeza eu teria muito mais amigos e pretês. Por outro lado, ser seletiva é bom, você só anda em companhia de pessoas que realmente valem a pena. E quer saber? Não é culpa minha se o idiota da locadora não sabe nem ao menos sorrir para uma garota. Perdeu a oportunidade. E eu não perdi meu tempo com alguém que não vale a pena.
Droga, por que é tão difícil encontrar pessoas interessantes, daquelas que logo de cara você sabe que não quer perder nunca mais?
Será que existe alguém assim procurando por mim? Se sim, onde está você?

Alice

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